você já deve ter escutado milhares de vezes a frase: “O observador tem o poder de alterar a realidade “. Mas de onde esta ideia surgiu? E mais importante ainda, isso é realmente verdade? Entenda de uma vez por todas o experimento da dupla-fenda!
Há séculos atrás, os físicos já debatiam sobre se a luz se comportava como onda ou como partícula. A última hipótese em geral era mais aceita, por ser defendida por nada mais nada menos que Isaac Newton. Apesar de que não faltavam gênios para compor os dois lados do debate.
Para ficar mais claro, imagine que as partículas são como bolas de gude e que as ondas são como ondas do mar. São coisas absolutamente diferentes, não é? É até estranho que exista essa dúvida, mas a coisa não é tão simples quanto parece.
A verdade é que a luz pode se comportar tanto como partícula tanto quanto onda, causando a famosa teoria da dualidade onda-partícula. Isso foi demonstrado no experimento da dupla fenda, que veremos a seguir.
Como Funciona o Experimento da Dupla Fenda na Física Quântica
Imagine uma fonte de partículas, como elétrons ou fótons, que são atiradas uma a uma contra uma barreira com duas fendas. Por trás, uma tela registra onde cada partícula cai. Conforme imagem abaixo
Se imaginarmos que os fótons se comportam como partícula, então eles deveriam estar distribuídos em duas fileiras, de forma mais ou menos organizada, mas não é isso que acontece.

O resultado ao final indica que há Interferência, mesmo disparando partículas individualmente, formando um padrão de listras claras e escuras.
Isso só é possível se cada partícula agir como uma onda de probabilidade, passando por ambas as fendas simultaneamente.
Então, os físicos decidiram colocar um medidor para saber exatamente por onde aqueles fótons passavam. E é aí que vem o plot twist. Vamos entender como o observador influencia na realidade.
O Paradoxo do Observador: Quando Olhar Muda o Resultado
Primeiramente é preciso ser dito: não, o observador não é a pessoa que está fazendo o experimento.
Isso porque estamos tratando aqui do infinitamente pequeno, portanto, mesmo com os melhores microscópios que há hoje em dia, não conseguimos enxergar boa parte dessas coisas.
O observador nesse caso, nada mais é do que o sensor colocado ali para entendermos melhor como esses elétrons ou fótons agem.
O problema é que, ao fazer isso, os fótons simplesmente passam a “escolher” uma das fendas para passar, passando a se comportar como partícula. Alterando assim a sua própria essência que tinha sido demonstrada sem o medidor.
Ao medir onde partículas passam, elas deixam de ter comportamento de onda e passam a agir como partículas. Daí que vem a ideia de que o observador muda a realidade.
Apesar de ser loucura, essa frase deve ser utilizada somente nesse contexto em específico.
Portanto cuidado com extrapolações, você pode acreditar em coisas como: “nossa consciência pode criar realidades”, mas saiba que a física quântica não te dá ferramentas para afirmar tal coisa.
Conclusão: O Que o Experimento da Dupla Fenda Nos Ensina Sobre o Universo
Pode ser que eu tenha contado uma pequena mentirinha no começo do texto, fazendo você pensar que sairia daqui entendendo tudo.
Mas se você sair daqui com mais dúvidas do que entrou, não se assuste. Richard Feynman, Prêmio Nobel de Física, disse certa vez: “Se você acha que entendeu a física quântica, é porque você não entendeu”.
Isso quer dizer que você está no caminho certo. Mas tenha em mente que esse texto é a parte 1, e que o mais interessante virá a seguir: As partículas conseguem prever o futuro? O futuro pode afetar o passado? Veremos na parte 2: https://mediumaquamarine-capybara-962464.hostingersite.com/retroatividade-quantica-futuro-influencia-o-passado/
FAQ
O que é o experimento da dupla fenda?
O experimento da dupla fenda é um teste importante em física quântica. Mostra como as partículas subatômicas podem se comportar como ondas ou partículas. Também mostra como a observação pode mudar seu comportamento.
Como o experimento da dupla fenda foi realizado pela primeira vez?
Thomas Young fez o experimento pela primeira vez em 1801. Ele usou luz para mostrar que ela tem natureza ondulatória. Assim, criou padrões de interferência.
O que acontece quando partículas são disparadas individualmente no experimento?
Quando partículas são disparadas uma a uma, elas ainda criam um padrão de interferência. Isso sugere que cada partícula atua como uma onda de probabilidade.
O que é o colapso da função de onda?
O colapso da função de onda ocorre quando se mede uma partícula. Isso faz com que ela escolha uma posição definida. Assim, a superposição de estados é eliminada.
O que é a dualidade onda-partícula?
A dualidade onda-partícula mostra que partículas subatômicas podem se comportar como ondas ou partículas. Isso depende das condições do experimento.
Como o princípio da incerteza se relaciona com o experimento da dupla fenda?
O princípio da incerteza de Heisenberg mostra que não é possível medir posição e momento de uma partícula ao mesmo tempo. Isso afeta como observações mudam os resultados experimentais.
Quais são algumas evidências experimentais modernas que apoiam o experimento da dupla fenda?
Experimentos modernos, como a escolha retardada e o “apagador quântico”, mostram a influência da medição nos resultados. Eles reforçam a realidade quântica, que desafia a intuição clássica.
Como o experimento da dupla fenda impacto a filosofia da ciência?
Ele faz questionar a realidade objetiva. Sugere que a realidade no nível quântico depende do observador. Diferentes observadores podem ver diferentes “fatos” que coexistem.
Quais interpretações existem para explicar o fenômeno observado no experimento da dupla fenda?
Existem várias interpretações, como a Interpretação de Copenhague, a teoria dos Muitos Mundos, a teoria De Broglie-Bohm e a Decoerência Quântica. Cada uma oferece uma visão diferente sobre o papel do observador.
Quais são algumas aplicações tecnológicas que surgiram a partir do entendimento quântico?
O entendimento quântico ajudou no desenvolvimento de computadores quânticos, criptografia quântica e dispositivos avançados de imagem.